Foi inaugurada em Coruche, no passado dia 19 de setembro, a ProHy, uma nova unidade industrial do Grupo ETSA, dedicada à valorização de subprodutos alimentares através de processos biotecnológicos inovadores. A iniciativa integra-se no projeto Pep4Fish, desenvolvido no âmbito do Pacto da Bioeconomia Azul (PBA) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Com um investimento total de 20 milhões de euros e um apoio de 6,5 milhões de euros do PRR, a fábrica representa um avanço significativo na aplicação da biotecnologia à economia circular. O projeto resulta de seis anos de investigação e desenvolvimento da equipa da ETSA, em colaboração com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, e baseia-se num processo de hidrólise natural, sem recurso a químicos, que permite converter subprodutos animais em ingredientes de elevado valor.
A tecnologia desenvolvida – ProHy – destaca-se pela capacidade de microencapsular os ingredientes de forma intrínseca, assegurando maior estabilidade e eficácia. As primeiras produções destinam-se aos setores de petfood premium, aquacultura e farmacêutica veterinária, com destino a mercados internacionais, incluindo a Europa, os Estados Unidos e a Ásia.
A nova unidade iniciou atividade com 14 postos de trabalho qualificados, prevendo-se o dobro a médio prazo, contribuindo para a dinamização económica regional e para a retenção de talento nacional. Além de promover a valorização de matérias-primas que, de outro modo, teriam como destino o aterro, a tecnologia reduz até 90% das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), reforçando o compromisso com a transição verde e a descarbonização.
A ProHy constitui um resultado direto e emblemático do projeto Pep4Fish, que visa o desenvolvimento de hidrolisados proteicos inovadores a partir de coprodutos marinhos e alimentares, contribuindo para a criação de novos ingredientes funcionais e para a sustentabilidade da cadeia alimentar.
O Pep4Fish é liderado pelo Grupo ETSA e conta com a participação da AgroGrIN Tech, B2E – Blue Bioeconomy CoLAB (B2E CoLAB), CIIMAR, ITS, Seaculture (Jerónimo Martins), Savinor, Sorgal, Sebol e a Universidade Católica Portuguesa. reforçando a cooperação entre empresas e centros de investigação na promoção de uma bioeconomia azul mais sustentável e competitiva.